segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

E mais uma vez o povo é mal informado...

"Barrigas Brasileiras"

Há tempos vemos casos de brasileiros que saem do seu país em busca de qualidade de vida. Vão para o exterior a procura de um salário melhor, seja pra comprar uma casa, carro, seja pra juntar dinheiro e obter bens materiais ou simplesmente movidos pela esperança de conquistar dias melhores, e pelo fato de querer provar que aqui no Brasil não se tem oportunidades de crescimento. E não são poucas as denúncias que recebemos de abusos cometidos por estrangeiros contra brasileiros. Em junho de 2000 tivemos a notícia de que a tentativa de entrada de um grupo de seis brasileiros nos Estados Unidos foi totalmente frustrada, quando eles pretendiam entrar ilegalmente no país foram surpreendidos por uma bomba que explodiu na cidade de Tijuana, no México onde dois brasileiros faleceram e os sobreviventes estariam servindo de cobaias para experiências médicas proibidas. Foi criado assim em 2001 o Projeto Brasileiros no Exterior, na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de Brasília. O objetivo era aprofundar a investigação desses fatos, bem como, aprimorar os mecanismos existentes para a defesa da comunidade de brasileiros no exterior.
Mas a nossa imprensa, tem acumulado, ao longo dos anos, uma série de deslizes informacionais dignos de nota. Este, estaria ligado a um termo muito conhecido no meio jornalístico, a famosa "barriga" - para designar as bobeadas dos jornalistas, assim como lança mão de outro - o "furo" - para indicar aquela notícia "bomba" veiculada exclusivamente por um veículo.
Aqui no Brasil , certamente a "barriga" mais famosa ficou conhecida como o episódio do Boimate" e foi protagonizada pela Veja, nossa revista líder de audiência. O "boimate" foi publicado pela Veja em abril de 1983 e referia-se a uma "sensacional" descoberta ocorrida na Alemanha. Dizia respeito à pesquisa de investigadores alemães que, respaldada em processo inédito para a fusão de células animais e vegetais, culminou com um produto singular: o "boimate", meio carne, meio tomate, ou seja algo que dava em árvore e que, em resumo, se constituía em um hambúrguer que já vinha com catchup. A Veja publicou esta notícia na sua página de ciência e incluiu para a repercussão do fato o depoimento de um cientista da USP. Na prática, tudo não passou de uma brincadeira da revista inglesa New Science que tem como praxe, como fazem muitos veículos de imprensa ao redor do mundo e também pessoas de espírito irônico, encaminhar notícias malucas perto do dia 1º de abril - o dia da mentira - para órgãos de imprensa, torcendo para que alguns deles caiam na brincadeira.
E mais uma vez a história se repete, e agora com uma das maiores redes de comunicação do Brasil. A Rede Globo noticiou essa semana um caso de uma brasileira que vivia em Zurich na Suíça, e, segundo noticiado aqui no Brasil pelo pai da brasileira, Paula Oliveira estaria grávida de gêmeos e foi agredida por supostos grupos neonazistas. Caso mal contado já que desde o início essa versão era contestada por autoridades suíças. médicos Suíços afirmaram que ela não estava grávida e segundo a polícia Suíça também não foi agredida e sim se agrediu ou se alto-flagelou.Os telejornais da Suíça informaram que a advogada brasileira, Paula Oliveira,teria confessado a polícia que inventou o caso da agressão por neonazistas, sendo autora dos ferimentos na própria pele. A Justiça de Zurique, na Suíça, abriu processo penal contra Paula por suspeita de falso testemunho à polícia local. Segundo o Ministério Público local, a denúncia ocorre por ela ter alegado estar grávida, quando exames provaram o contrário. Fatos como estes nos chamam a atenção pela forma como estão sendo transmitidos, sem apuração, sem consultar fontes e pior sem qualquer respaldo com imagens que estão sendo exibidas.